(Des)Amores

Detesto amores platónicos. Os sentimentos fortes que não deviam ser reais.
Detesto aquelas alturas em que não conseguimos evitar rasgar o sorriso, quando seria de esperar um choro desenfreado. Sim! Porque se amamos quem não podemos ter, porque raio estamos felizes

Amores desmesurados num silêncio de ouro.

Bem que diz o povo “Bom é saber calar até ser tempo de falar”. E assim ficamos. Calados e desamados. Sempre a contar que seja hoje o dia em que as palavras podem sair. Finalmente.

Seguimo-nos pelos provérbios que mais se ajustam, como “o tempo tudo cura”, “No amor, quem foge é o vencedor”, confiantes na sabedoria popular. Mas a angústia permanece. Os suspiros não fogem. Acordamos e suspiramos, vestimo-nos e suspiramos, comemos e suspiramos. Será que tanta oxigenação não afecta o cérebro lesionado de desamores…

Ai! Destesto amores platónicos.Desses amores escondidos em que só um sofre. Só um sabe. Só um ama.

Amores de uma pessoa só. Condenado. Aliás, condenadíssimo.


Sem comentários: