Quando temos a alma a esvaziar, quase vazia de tantos
buracos, vem a chuva. E sentados no sofá, o som de cada gota, parece encher
pouco a pouco a alma vazia. Vazia não, quase vazia!
Almas quase vazias são como o sol em dias chuvosos, que vai
e vem como lhe apetece. Ora ilumina com mais força, enchendo-a mais depressa,
como desaparece e dá as boas vindas ao granizo.
Mas o granizo é lixado, se vier com força, faz mais buracos.
Se for mais gentil, talvez tape uns quantos.
Ainda agora começou esta época, a das chuvas, por isso com
sorte ainda a consigo encher até ao final do ano.
Resta-me esperar para saber se vai haver gotas suficientes, se
o granizo vai ser gentil e se a alma vai continuar vazando lentamente pelos
seus buracos. Os da vida.
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